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quinta-feira, 7 de abril de 2011

Onde está o mar de ana?




Ana sentia uma agitação dentro de si que a levava a pensamentos confusos. Buscava explorar o mais íntimo de si mesma, procurando pelas palavras perfeitas para resumir sua existência em uma única frase impactante. Ana desejava expressar algo que a humanidade ainda não tinha visto e estava ansiosa para conquistar o que ainda não lhe pertencia. Ela guardava seus desejos mais profundos em uma caixa de ferro com dez cadeados bem presos. Seus movimentos eram cronometrados, e seu relógio camuflava sua visão. Ana se calava diante de outras pessoas, mas ansiava por saber como é estar do outro lado da vida. Ela buscava um senso de realização que só poderia ser conquistado por seu próprio esforço. No entanto, Ana ainda não sabia exatamente o que procurava. E assim, suas maiores ameaças a assombravam, seus maiores vilões se mobilizavam e suas construções desmoronavam lentamente junto com seus instrumentos de verdade. Ana procurava, mas não sabia exatamente o quê... Até que, em um determinado momento, ela percebeu que sua agonia não tinha solução. Ela se sentia presa no tempo, incapaz de seguir em frente. Ana olhava para trás e via reflexos do passado, olhava para frente e via apenas possibilidades. Porém, ao olhar pela janela, ela sentiu o aroma do mar e reencontrou o que era seu não por mérito, mas por essência. Pela primeira vez, Ana construiu algo além das janelas: ela construiu uma ponte que atravessava todos os dias, admirando a beleza do sol nascer e enfrentando a angústia das tempestades. Dessa forma, Ana descobriu que podia não apenas ver, mas também tocar o mais sensível das pessoas. Ela havia descoberto um dom de excelência. Para Ana, amar é uma subversão entre olhares que gera uma existência antes despercebida. O coração arde e o sol gira. Olhares de vidro se encontram, arranham os dedos e sangram o chão. É preciso se armar e se proteger contra o efeito de não pertencimento e os possíveis pensamentos de consequências desastrosas. Mas, ao mesmo tempo, é preciso adormecer um canto da vida, acomodando-se sem se contentar. Amar é sacrificar-se por um caminho tonto, desprendido de um lugar em longo perigo de morte. É preciso se armar e enfrentar, e perceber que, ao trancar a cela, uma nova porta se abre, desafiando-nos a entrar. A questão é: você está do lado de fora ou de dentro da cela? Olhares de vidro se encontram, espalhando-se em cacos que formam espelhos de uma forma enigmática. O ar, as pessoas e os assombros se transformam. Amar não é esquecer-se de si mesmo para amar o outro. É preciso formar vínculos eternos, mesmo sabendo que, a qualquer momento, a ponte pode balançar. Amar não é apenas atingir, mas também ser atingido. E o mais bonito de tudo é poder ser acertado sem esperar, sentindo a surpresa do presente. Amar é presença contínua.


                                                                                                                       Bruna Fávaro
                                                                        

                                      Talvez você consiga entender Ana por Mariana ou não. :)
                                                                                                              



11 comentários:

  1. Hoje ouvi que amar não é tirar o chão de alguém, sim compartilhar o mesmo chão.
    Entendo que seja exatamente isso, amar é compartilhar, é encontrar algo que sempre procurou, mas nunca soube o que era, de uma forma inesperada e perfeita, É ser atingido sem a intenção de atingir e mesmo assim atingir, é construir uma estrutura com colunas tão resistentes que nem a maior da tempestades poderá derrubar.
    É complexo para ser explicado e simples para ter respostas complexas.


    Agora eu te digo: continue encantando com as palavras!

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  2. Amar é normal! =D
    Lindo texto Bruninha. Pra variar saio daqui de coração cheio para mais um novo dia!
    Te cuida. Sorria. Viva. Ame!

    Um cafuné!

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  3. Te deixei um presente no meu blog! Passa lá depois! ;)

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  4. Adorei, palavras bem colocadas!

    \õ/

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  5. Lindo texto menina. Adorei. Adorei o blog todo na verdade. Estou te seguindo. Tenho um de citações. Me visita. Xero

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  6. Oi, estou sempre acompanhando seu blog. Tive problema com meus seguidores. Caso seja seguidora, por gentileza, siga novamente. Caso não, dê uma passadinha no meu blog:

    http://deletrasasentimentos.blogspot.com/

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  7. Nem sei como cheguei aqui, mas me acomodei de forma tão confortável e prazerosa que não tinha vontade de partir. Você lida com as palavras de
    maneira bastante harmoniosa. PARABÉNS!

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  8. Oi Bruna,

    Obrigada por meu link aqui

    seus textos são lindos, deliciosos!

    Levei seu link comigo

    Coincidência! acabei de escrever um texto sobre a minha visão do amor, chego aqui leio a sua, vou postar o meu a noite, terminei de escreve-lo imediatamente antes de abrir seu blog.

    Beijos!

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  9. " Ana e o mar, mar e Ana...
    Todo sopro que apaga uma chama reacende o que for pra ficar!!"


    Lindo cantinho... lhe sigo!!

    Beijos

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  10. segui *-*
    segue-me tambem sfvr (:
    beijo $:

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  11. Inflar as velas, mas, por favor, fora da garrafa. Uma valentia de vento requer atravessar outro ser. E, no caminho, por vezes, como balança!

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