Há alguns dias, senti uma sensação de urgência em minha vida, que me deixou arrepiada. A flor que repousava em minha pele despertou em mim um desejo intenso de encontrar-te.
Os espinhos marcaram meus pés como um sinal de partida e, ao tocar o chão, inflamaram uma busca interior. Meus dedos dos pés se moviam, e no topo deles, eu alcançava uma altura maior, que me permitia enxergar meus sonhos e medos com mais clareza.
Fina flor, para onde sua sensibilidade me levará? Suas pétalas macias já não me confortam mais. Não consigo me livrar delas, nem te abandonar. Chorar já não alivia minha dor! As marcas recentes ainda doem. Elas são uma lembrança do que é difícil de apagar. Suas pétalas são minhas... Seus espinhos também são.
Neste jardim em que agora vivo, cresço em várias direções. Adormeço como menina para acordar como mulher, uma transição que dói.
"Oh flor, se tu canta essa canção
Todo o meu medo se vai pro vão
Pra longe, longe que eu não quero ir
Mas deixe seu rastro pólen, flor pra eu poder seguir"
Te vejo crescendo, alma-flor, com tuas pétalas e espinhos. Com tua dor de ser. Doendo junto contigo também me arrisco em estar viva.
ResponderExcluirNão sei porque é assim, mas tua companhia tão bela nessas linhas confortam meu coração, daquele jeito que as minhas pétalas já não fazem mais também.
Talvez seja isso.
Amo-te!
E obrigada por ter levado a sério minha vontade de te ler ( e sobretudo a tua de escrever), quando uma alma fala a vida ganha em poesia!