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sábado, 19 de janeiro de 2013

Não -lugar.




"Pra falar verdade, às vezes minto
Tentando ser metade do inteiro que eu sinto
Pra dizer as vezes que às vezes não digo
Sou capaz de fazer da minha briga meu abrigo"

Teatro Mágico - Cuida de mim. 




Numa manhã ensolarada, ergui-me diante do mundo, sentindo que o tempo estagnara, enquanto eu era a única a dançar em seu ritmo incessante. O lugar ao meu redor era um eco, um grito, um vazio solitário, onde eu saltitava sem cessar. No entanto, uma parte de mim permanecia presa, impedindo-me de alcançar a liberdade que vislumbrava. A liberdade parecia tão próxima, mas inatingível, como se eu tivesse apenas um pequeno espaço para me movimentar. Sabia que havia maneiras de voar, mas não as possuía. 

Meu não-lugar é cheio de perguntas, dúvidas e confusão. Quando chegaria a chance de juntar todas as minhas penas e voar livremente para longe deste chão que não me pertence? Quantas penas ainda faltam para juntar? 

 Antes, eu adormecia toda vez que tentava esquecer o que me afligia. Agora, luto contra o tempo para encontrar o que perdi neste lugar que ao qual não pertenço. 

eu só quero encontrar o meu lugar.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Eu poderia, mas não.







Eu poderia ter um dia comum. Café, jornal e internet.

Eu poderia ter um dia rotineiro. Banho, almoço e faculdade.

Mas a vida é cheia de surpresas...

A luz desapareceu antes de salvar o meu trabalho quase completo.

O ônibus parou após alguns minutos de partida.

As árvores bloquearam completamente a vista do incrível pôr do sol que eu avistava de longe.

Eu poderia dizer que nada aconteceu digno de nota.

Eu poderia seguir em frente, sabendo exatamente onde chegar.

Eu poderia alterar o assunto, escondendo minhas tristezas.

Mas eu não fiz nada disso...

Eu esqueci de fazer uma ligação crucial.

Não tenho ideia de onde coloquei o dinheiro da última conta vencida.

A luz do poste se apagou quando cheguei à esquina.

Eu poderia ter tido um dia terrível.

Mas não.

Estou aqui...

em mim

                                                                Bruna F.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Feliz Aniversário!



"Eu não tenho mais a cara que eu tinha
No espelho essa cara já não é minha..."
Não vou me adaptar - Nando Reis.


Hoje, acordei sentindo como se tivesse vivido por muitos anos, com dores nas costas e precisando de analgésicos. Talvez alguém me diga para deixar de lado esse espírito de velhice, pois ainda sou jovem. Afinal, tenho apenas vinte e cinco anos, muitos compromissos pela frente, muito ainda para viver. No entanto, sinto-me como se já estivesse envelhecido prematuramente. Será que é a síndrome dos vinte poucos anos? Ou uma crise existencial matinal? 

 Ao olhar no espelho, sinto desconforto com a minha aparência. Minha pele mudou, meu corpo não é mais o mesmo de ontem. Sinto pequenos socos no estômago, como se estivesse tentando acordar de uma ressaca fora de hora. Estou irritadiça e brigo com o mundo porque ele não seguiu o meu ritmo. 

Meu ritmo é mais lento do que nunca. Alguém poderia dizer "você sempre foi assim". Mas hoje eu quero ser diferente! Sinto nostalgia ao olhar para as antigas fotografias empoeiradas na gaveta. Há cartas que nunca enviei e que provavelmente nunca enviarei. Ouço rock and roll clássico enquanto arrumo minhas coisas, sem planos para o futuro, pois a certeza do amanhã foge de mim.

 Não quero planejar nada agora, pois programar não inventar.  Hoje fabriquei o envelhecimento precoce. Talvez amanhã eu renasça.

Bruna F.







terça-feira, 21 de agosto de 2012


Conhaque
Megh S.

Quero entregar a alma
Minha mente está em seu caos
Preciso me esquivar com calma
Antes que mergulhe em água e sal

Parece até mentira
Palavras não nos bastam mais
Inventamos outra poesia
Tentando explicar o que nos atrai

Será que o meu mal é também o seu?
Não sei se eu estou na frente
Ou foi você quem correu
O tempo pareceu uma bebida forte demais pra nós
Subiu depressa
Mas nunca estávamos a sós

Sinto que você se esquece
Meu silêncio te faz lembrar
...

Vejo minha casa desmoronar
As vezes passo o dia falando de mim demais
Parece que eu já sabia
A nossa sincronia não sabe o que faz


Mas nunca estávamos a sós

Megh S. ( Conhaque)




O nosso silêncio...




As perguntas e o tempo queimam.
o nosso olhar em silêncio responde:
"Eu só quero acalmar o coração. 
 Eu só quero, meu amor, o colo de Deus pra poder descansar."

Bruna F.
.


Deixa o amanhã e a gente sorri

Que o coração já quer descansar

Clareia minha vida, amor no olhar

Los hermanos - Pois é





terça-feira, 3 de julho de 2012

A flor da pele


Ah bruta flor, bruta flor!
Querer dos quereres - Caetano Veloso


Há alguns dias, senti uma sensação de urgência em minha vida, que me deixou arrepiada. A flor que repousava em minha pele despertou em mim um desejo intenso de encontrar-te.

Os espinhos marcaram meus pés como um sinal de partida e, ao tocar o chão, inflamaram uma busca interior. Meus dedos dos pés se moviam, e no topo deles, eu alcançava uma altura maior, que me permitia enxergar meus sonhos e medos com mais clareza.

Fina flor, para onde sua sensibilidade me levará? Suas pétalas macias já não me confortam mais. Não consigo me livrar delas, nem te abandonar. Chorar já não alivia minha dor! As marcas recentes ainda doem. Elas são uma lembrança do que é difícil de apagar. Suas pétalas são minhas... Seus espinhos também são.

Neste jardim em que agora vivo, cresço em várias direções. Adormeço como menina para acordar como mulher, uma transição que dói. 



Bruna Fávaro


"Oh flor, se tu canta essa canção
Todo o meu medo se vai pro vão
Pra longe, longe que eu não quero ir
Mas deixe seu rastro pólen, flor pra eu poder seguir"

Maria Gadú


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Quarta-feira de cinzas


"Meu Amor essa é a última oração
Pra salvar seu coração"
                                                                       
                                                                         A banda mais bonita da cidade. 





Estavam encobertos por um céu azul das tardes de verão, havia uma pretensão que só eles conheciam. Amavam-se. A certeza era tão grande que às vezes confundiam-se. Tratavam seus sonhos com a fome de um dragão, para obter o alimento lançavam fogo. Acendia alto uma brasa que a eles mesmos consumia, suas forças alteravam-se e então cansavam.
No chão, as cinzas do fim de um carnaval. Os olhos dela que antes transmitia volição, agora estavam parados diante do que eles se tornaram. E o que se tornaram?  Um sentido avesso do que pretendiam na primeira vez em que se amaram, cruzando seus dedos em uma oração.
Havia uma distancia que eles não entendiam, por que era tão violento o que sentiam que não enxergavam quem lhes esperavam. Os olhos dele tentava busca-la no profundo mundo que ela entrara. Achavam-se tão unidos que não perceberam o quanto estavam partidos e morriam em si mesmos.
Estavam no mesmo lugar e sentiam-se soltos em uma nuvem de fumaça causados por um grande incêndio.  De repente o ar vestiu-se de cinza. Era como se eles tivessem destruído: Suas virtudes, essências e proteção.  Em algum momento se descobriram longe. Queriam tocar, desejavam responder. Era agonizante. Entendiam que precisavam reconstruir mas não sabiam de onde.  
Uma lágrima dela recaia em súplica, Ele compreendeu que também precisava fazer o mesmo e chorou até limpar toda a poeira negra que os escondia.  Estavam sendo salvos da tragédia que haviam disposto, dos seus efêmeros desejos que lhes atingia. 
Renasceram das cinzas. Nas novas asas rescreviam suas histórias consagradas ao seu próprio criador. E a brasa que agora difundiam era celestial. E o que os encobria era a vida em um sentido primário. Voltavam.
Entrelaçavam as mãos em uma nova oração.

Bruna F. 

"Eu Quero reconstruir
Vou regressar ao caminho
Eu quero voltar  
Ao primeiro amor"




sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

somos.




                                         "Você me bagunça e tumultua tudo em mim!"  
                                                        
                                                                    Teatro Mágico





Ouço o teu dizer em canção que é só de nós dois. 
Os teu corpo é um convite para um sarau.
 Em cada toque: Música, poesia e dança. 

Nosso amor é um mosaico, construídos com cuidado, 
parte a parte, lado a lado, até que não fiquemos vazios. 
Um abraço. 

Nos ladrilhos que construímos nossas vidas, 
juntinho estão os nossos pés. 
Caminhamos. 

O sol de fevereiro veio selar o meu sonho que é tão enredado ao seu. 
Somos nuances, a cor do mundo, 
 a força doce de um beija-flor! 


Bruna F.





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